Psicologia da Educação I - Plano e módulo I
Plano de Ensino e Módulo I
Curso:Pedagogia
Curso:Pedagogia
Disciplina: Psicologia da Educação I
Carga horária semanal: 4
Ano: 2008/01
Ano: 2008/01
Turma: 02
Carga horária total: 80h
Corpo docente: Leila Jane de Souza Santos Fortes
Corpo docente: Leila Jane de Souza Santos Fortes
Coordenador(a): Patrícia Salvador Segura
Título: Psicologia da Educação I
Descrição: Psicologia da Educação I
Ementa:
Breve história da psicologia geral e da educação, escolas psicológicas com ênfase no desenvolvimento da criança, psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem segundo Piaget e Vygotsky, principais teóricos da história da psicologia da educação. Inteligência, memória, percepção e consciência. Saúde mental do professor.
Objetivos: Levar ao aluno o conhecimento dos princípios psicológicos que norteiam o processo ensino–aprendizagem, bem como analisar tais relações com a educação brasileira.
Desenvolver um pensamento mais aprofundado no que tange ao conhecimento da Psicologia e suas aplicações na vida prática em sala de aula com base nos autores acima citados.
Plano de ensino:
História da psicologia, conceito de psicologia.
Principais escolas psicológicas.
Behaviorismo e Skinner.
Saúde mental do professor;
Origem e evolução da psicologia da educação.
A psicologia da educação e a aplicação do conhecimento psicológico à educação.
Psicologia do desenvolvimento.
Psicologia da aprendizagem.
Desenvolvimento cognitivo e afetivo.
Desenvolvimento de crianças e adolescentes: o biológico em integração com o psicológico e o social
Caráter inato da aptidão, prontidão e inteligência.
Desenvolvimento das funções psicológicas superiores.
Práticas educativas como contexto do desenvolvimento.
Psicologia de Piaget.
Psicologia de Vygostsky.
A infância educativa dos meios de comunicação.
Metodologia:
Aula expositiva embasada num livro texto; Leitura e análise de texto; Apresentação de slides Leitura de artigos;
Recursos didáticos
Livros, internet, data show, exposições, revistas, jornais
Avaliação:
Avaliação modular;Trabalhos;
SemináriosParticipação;
Bibliografia Básica:
BOCH, Ana mercês e org. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia, São Paulo Saraiva, 1999.
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. 3 ed. São Paulo: Makron Books,2001.COLL, Salvador C. Psicologia da Educação. 1ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.
Bibliografia Complementar:
BRAGHiROLLI, E. M. e Col. Psicologia geral. Porto Alegre: Vozes, 1990.
DAVIS, C., OLIVEIRA, Z. Psicologia na Educação. 2ª ed., São Paulo: Cortez, 1994.
PIAGET, J. A Psicologia da Criança. 12 ed. RJ: Bertrand Brasil, 2002.
RAPPAPORT, Clara, FIORI, Wagner da Rocha, DAVIS, Claudia. Psicologia do desenvolvimento. Vol.1, Vol. 2, Vol. 3, Vol. 4. São Paulo: EPU, 1981.
SKINNER, B. F. Questões Recentes na Análise Comportamental. 4, Campinas, Papirus,2003.
(a) Coordenação do Curso
Módulo I
Ementa:
Breve história da psicologia geral e da educação, escolas psicológicas com ênfase no desenvolvimento da criança, psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem segundo Piaget e Vygotsky, principais teóricos da história da psicologia da educação. Inteligência, memória, percepção e consciência. Saúde mental do professor.
Objetivos: Levar ao aluno o conhecimento dos princípios psicológicos que norteiam o processo ensino–aprendizagem, bem como analisar tais relações com a educação brasileira.
Desenvolver um pensamento mais aprofundado no que tange ao conhecimento da Psicologia e suas aplicações na vida prática em sala de aula com base nos autores acima citados.
Plano de ensino:
História da psicologia, conceito de psicologia.
Principais escolas psicológicas.
Behaviorismo e Skinner.
Saúde mental do professor;
Origem e evolução da psicologia da educação.
A psicologia da educação e a aplicação do conhecimento psicológico à educação.
Psicologia do desenvolvimento.
Psicologia da aprendizagem.
Desenvolvimento cognitivo e afetivo.
Desenvolvimento de crianças e adolescentes: o biológico em integração com o psicológico e o social
Caráter inato da aptidão, prontidão e inteligência.
Desenvolvimento das funções psicológicas superiores.
Práticas educativas como contexto do desenvolvimento.
Psicologia de Piaget.
Psicologia de Vygostsky.
A infância educativa dos meios de comunicação.
Metodologia:
Aula expositiva embasada num livro texto; Leitura e análise de texto; Apresentação de slides Leitura de artigos;
Recursos didáticos
Livros, internet, data show, exposições, revistas, jornais
Avaliação:
Avaliação modular;Trabalhos;
SemináriosParticipação;
Bibliografia Básica:
BOCH, Ana mercês e org. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia, São Paulo Saraiva, 1999.
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. 3 ed. São Paulo: Makron Books,2001.COLL, Salvador C. Psicologia da Educação. 1ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.
Bibliografia Complementar:
BRAGHiROLLI, E. M. e Col. Psicologia geral. Porto Alegre: Vozes, 1990.
DAVIS, C., OLIVEIRA, Z. Psicologia na Educação. 2ª ed., São Paulo: Cortez, 1994.
PIAGET, J. A Psicologia da Criança. 12 ed. RJ: Bertrand Brasil, 2002.
RAPPAPORT, Clara, FIORI, Wagner da Rocha, DAVIS, Claudia. Psicologia do desenvolvimento. Vol.1, Vol. 2, Vol. 3, Vol. 4. São Paulo: EPU, 1981.
SKINNER, B. F. Questões Recentes na Análise Comportamental. 4, Campinas, Papirus,2003.
(a) Coordenação do Curso
Módulo I
Curso:PedagogiaDisciplina: Psicologia da Educação I
Carga horária semanal: 4
Ano: 2008/01 Turma: 02
Ano: 2008/01 Turma: 02
Carga horária total: 80h
Corpo docente: Leila Jane de Souza Santos Fortes
Corpo docente: Leila Jane de Souza Santos Fortes
Coordenador(a): Patrícia Salvador Segura
Título: Psicologia da Educação I
Descrição: Módulo I
1.1 Objeto da psicologia
Por ser considerada área do conhecimento científico recentemente (final do século XIX), há muitas diversidades para definir o objeto da psicologia. Torna-se mais difícil quando se fala que o objeto é o Homem, e o próprio homem está inserido na pesquisa. Dificultando assim a neutralidade.
Dentre as possíveis ciências psicológicas como diferentes objetos de estudo (inconsciente, consciente, comportamento, etc.) parece que há uma definição do objeto; o homem em todas as suas expressões, as visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) – é o homem corpo, homem pensante, homem afeto, homem ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade.
A subjetividade é o mundo das idéias, significados e emoções construídos internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais de suas vivências e de sua constituição biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. É a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. É o que constitui nosso modo de ser.
A psicologia como ciência surge em 1875 quando W. Wundt (1832-1926)
criou o primeiro laboratório do experimento em psicofisiologia em Leipzig, na Alemanha.
1.2 A evolução da ciência psicológica
A história da psicologia tem por volta de 2.300 anos. Começa com os gregos no séc.III antes de Cristo.
Os avanços que os gregos produziram na arquitetura, agricultura, física, geometria, política permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito, como a filosofia e a arte.
Platão e Aristóteles dedicaram-se a compreender o espírito empreendedor do conquistador grego. Assim, a filosofia começou a especular em torno do homem e da sua interioridade. É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar uma psicologia. Termo que vem do grego psyqué = alma e logos=razão. Estudo da alma. Servia a parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.
Com Sócrates (469-399 a.C.), a psicologia ganha consistência. Qual é o limite que separa o homem do animal? A razão.
Platão (427-347 a.C.) procurou defender um lugar para a razão no nosso próprio corpo. Que seria a cabeça, onde se encontra a alma do homem. E, a medula seria o elemento de ligação da alma com o corpo. Na morte, a matéria (corpo/desapareceria, e a alma ficaria livre para ocupar outro corpo).
Aristóteles (384-322 a.C.) - para ele, a alma e o corpo não podem ser dissociados. A psyque seria o principio ativo da vida. Tudo o que cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua psyque ou alma. Vegetais-função de alimentação e reprodução. Animais – função de percepção e movimento, além da alma vegetativa. Homem – além dos dois anteriores, tem a alma racional com a função pensante.
Ele chegou a estudar as diferenças entre razão, a percepção e as sensações. (Da anima).
Surgiram então duas teorias a platônica – imortalidade da alma e a separação com o corpo. A aristotélica - mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo
1.3 Império Romano e Idade Média
Falar de psicologia nesse período é relacioná-lo ao conhecimento religioso, devido a monopolização da Igreja Católica sobre saber, e consequentemente, o estudo do psiquismo.
Dois grandes filósofos representam este período: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274).
Santo Agostinho, inspirado em Platão, também fazia cisão entre a alma e o corpo. Sendo a alma a sede do pensamento, a Igreja passa a se preocupar com a sua compreensão.
São Tomás de Aquino buscou em Aristóteles a distinção entre essência e existência. O homem na sua essência, busca a perfeição através da sua existência. Somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência um termo de qualidade. Assim, a busca de perfeição pelo homem seria a busca de Deus.
1.4 Renascimento
Mudanças em todos os setores da produção humana. Novas descobertas valorização do homem. Dante, Leonardo da Vinci. Boticelli, Michelangelo, Maquiavel.
Avanço na ciência 1543 – Copérnico – Heliocentrismo. 1610, Galileu. Queda dos corpos – primeiras experiências da física moderna. Base para o conhecimento científico.
René Descartes (1596-1659) postula a separação entre mente (alma, espírito) e corpo. O homem possuía uma substância material e uma pensante, e, o corpo desprovido do espírito é apenas uma máquina. Este dualismo torna possível o estudo do corpo humano morto. Avançamos assim na anatomia e fisiologia que irá contribuir para o progresso da psicologia.
1.5 A origem da psicologia cientifica
Na sociedade feudal a relação do senhor e do servo era típica de uma economia fechada. Hierarquia rígida, não havia mobilidade social. A razão estava submetida à fé como garantia de centralização do poder.
O capitalismo pôs esse mundo em movimento. Abastecendo mercados e produzindo cada vez mais. Criou necessidades, controlou o trabalho de muitos que se tornaram consumidores, questionou as hierarquias para derrubar a nobreza e o clero de seus lugares.
-Antropocentrismo
-Conhecimento independente da fé. Dogmas da igreja foram questionados. O mundo se moveu. A racionalidade do homem apareceu como a grande possibilidade de construção de conhecimento.
A burguesia que disputava o poder defendia a emancipação do homem para emancipar-se também.
Era preciso quebrar a idéia de universo estável para poder transformá-lo. Séc. XIX – surge Hegel que demonstra a importância da história para a compreensão do homem e Darwin que enterra o antropocentrismo com sua tese evolucionista. Comte que apontava a necessidade de maior rigor cientifico na construção dos conhecimentos nas ciências humanas, propunha o método da ciência natural, a física como modelo de construção do conhecimento.
Meados do séc.XIX os problemas ligados à psicologia passam a ser investigados pela filosofia e neurofisiologia. Esses estudos ajudaram nas teorias sobre sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, a percepção e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema. Psicofísica – ex: fisiologia do olho e percepção das cores. Wundt – paralelismo psicofísico (fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos). Ex: picada de agulha e estimulação física. Correspondência na mente. Para explorar a mente ou consciência do indivíduo, wundt cria o método instrospeccionismo. O experimento pergunta ao sujeito os caminhos percorridos no seu interior por uma estimulação sensorial.
O berço da psicologia moderna foi a Alemanha do final do séc.XIX. Wundt, Weber e Fechnner.
Deu status de ciência e levado à medida que passam: A definir seu objetivo de estudo ( o corpo, a vida psíquica, a consciência). Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de conhecimento, como a fisiologia e a filosofia. Formular métodos de estudo desse objeto. Formular teorias enquanto um corpo consiste de conhecimentos na área. Devem seguir os critérios básicos da metodologia cientifica.
Apesar de a psicologia científica ter nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas psicológicas, as quais deram origem a inúmeras teorias que existem. Funcionalismo de Willian James (1842-1910) – estruturalismo de Eduard Titchner (1867-1927) e associacionismo de Eduard C. Thorndike (1874-1949).
2.Escolas Psicológicas
2.1 O Behaviorismo
Inaugurado pelo americano John B. Watson num artigo publicado em 1913 com o seguinte titulo:” psicologia, como os behavioristas a vêem”. O termo inglês behavior significa “comportamento”, também conhecido com comportamentalismo, teoria comportamental, análise experimental do comportamento, análise do comportamento.
Watson, postulando o comportamento como objeto da psicologia, dava a esta ciência a consistência que os psicólogos da época vinham buscando a um objetivo observável, mensurável, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos. Fatos importantes para que a psicologia fosse considerada ciência. Watson buscava a construção de uma psicologia sem alma e sem mente, livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos, e que tivesse a capacidade de prever e controlar.
O behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações).
Sucessor de Watson é B.F.Sknner (1904-1990). Behaviorismo radical. A base está na formulação do comportamento operante. Mas para chegar aqui, é preciso entender as noções do comportamento reflexo ou respondente, este comportamento seria o que chamamos de “não voluntário e inclui as respostas que são produzidas por estímulos antecendentes do ambiente. Ex: contração das pupilas, diante de uma luz forte, lágrimas de cebola, etc. esses comportamentos são incondicionados e independem de aprendizagem. Mas, há também comportamentos reflexos que podem ser condicionados. Ex: introdução de um outro elemento estimulante. Treino mão na água fira e com o som.
Skinner cita que o comportamento operante inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, tem efeito sobre ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta, quer indiretamente.
O que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela resultante – a satisfação de alguma necessidade, ou seja, a aprendizagem está numa relação entre uma ação e seu efeito. Este estímulo reforçador é chamado de reforço. Agimos ou operamos sobre o mundo em função das conseqüências criadas pela nossa ação. Ex: tocar o instrumento para ouvir o som, abrir uma janela para entrar a luz, mexer com uma garota para receber seu olhar, etc.
Chamamos de reforço a toda a conseqüência que, segundo uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência dessa resposta. Este pode ser positivo ou negativo. O reforço positivo é todo evento que aumento a probabilidade futura da resposta que produz. O reforço negativo é todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua.
O positivo oferece alguma coisa ao organismo e o negativo permite a retirada de algo indesejável.
2.2 A Gestalt
A psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da psicologia.
Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria forma ou configuração.
Max Koffka (1886-1894), baseado nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, foram os mais importantes teóricos da Gestalt.
Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estimulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente de que ele tem na realidade. Ex: cinema.
A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria. O que o individuo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
A Gestalt critica a abordagem cognitiva por considerar que o comportamento, quando estudado de maneira isolada de um contexto mais amplo, pode perder seu significado. Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estimulo. Para justificar essa postura, eles se baseavam na teoria do isomorfismo, que supunha uma unidade do universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo.
A boa forma.
A Gestalt encontra nesses fenômenos da percepção as condições para a compreensão do comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo irá desencadear nosso comportamento.
A tendência da nossa percepção em buscar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo. Quanto mais clara estiver a forma (boa-forma), mais clara será a separação entre a figura e o fundo. Ex: figura do vaso ou dois perfis.
A tendência de juntar os elementos por proximidade, semelhança e fechamento chama-se força do campo de força que nos leva a procurar a boa-forma à força de atração e repulsão.
Insight
A psicologia da Gestalt diferentemente do associacionismo, vê a aprendizagem como a relação entre o todo e a parte, onde o todo tem papel fundamental na compreensão do objeto percebido,
O termo insight designa uma compreensão imediata, enquanto uma espécie de “entendimento interno”. Ex: às vezes olhamos para uma figura que não tem sentindo para não e, de repente, sem que tenhamos feito nenhum esforço especial para isso, a relação figura-fundo elucida-se.
2.3 A psicanálise
Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico vienense que alterou radicalmente, o modo de pensar a vida psíquica. Sua contribuição é comparável à de Karl Marx na compreensão dos processos históricos e sociais. Freud ousou colocar os “processos misteriosos do psiquismo suas “religiões obscuras”, isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como problemas científicos”. Surge a psicanálise.
O termo psicanálise enquanto teoria caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos sistemáticos sobre o funcionamento da vida psíquica. Enquanto método de investigação oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos.
Atualmente, a psicanálise é usada como base para psicoterapia, aconselhamento, orientação, é aplicada no trabalho com grupos, instituições, além de facilitar a análise e compreensão de fenômenos sociais relevantes. As novas formas de sofrimento psíquico, o excesso de individualismo no mundo contemporâneo, a exacerbação da violência etc.
Freud denominou de resistência a uma força psíquica que se opunha a tornar consciente, a revelar um pensamento. É repressão, o processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma idéia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Estes conteúdos localizam-se no inconsciente.
1ª teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico.
Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas inconscientes, pré-conscientes e conscientes.
O inconsciente exprime o “conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência”. É constituído por conteúdos reprimidos, que não tem acesso aos sistemas pré-conscientes/consciente, pela ação de censuras internas, não existe noção de passado e presente.
O pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não esta na consciência, neste momento, e no momento seguinte pode estar.
O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Destaca-se aqui, o fenômeno da percepção, principalmente a percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio.
Teoria da sexualidade infantil
Freud descobriu que a maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida dos indivíduos, isto é, que na vida infantil estavam as experiências de caráter traumático, e que as ocorrências deste período da vida deixaram marcas profundas na estruturação da pessoa.
Aspectos importantes: a função sexual existe desde o principio da vida, logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade como afirmavam as idéias dominantes.
O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à sexualidade adulta. Reprodução e prazer em ambos os sexos.
A libido, nas palavras de Freud, é “a energia dos instintos sexuais e só deles”.
No processo do desenvolvimento psicossexual, o indivíduo tem a função sexual ligada à sobrevivência, e, portanto, o prazer é encontrado no próprio corpo.
Freud postula as fases do desenvolvimento sexual em:
Fase oral (boca), fase anal (ânus), fase fálica (órgão sexual) seguida do período de latência finalizando a fase genital (objeto de erotização não no próprio corpo, mas no objeto externo).
Conceitos da psicanálise:
-realidade psíquica à é o que importa para o terapeuta, mesmo que não corresponda realidade objetiva.
-o funcionamento psíquico é concebido sob o ponto de vista econômico (quantidade de energia que alimenta os processos psíquicos), o tópico (nº de sistemas – lugar psíquico) e o dinâmico (forças que entram em conflito e estão permanentemente ativas – pulsão)
Compreender o funcionamento psíquico é considerar os três pontos de vista simultaneamente.
- a pulsão refere-se a um estado de tensão que busca, através de um objeto, a supressão deste estado. EROS-> pulsão de vida que abrange as pulsões sexuais e as de auto conservação. Tonatos à pulsão de morte, pode ser autodestrutiva ou estar dirigida para fora e se manifestar como pulsão agressiva ou destrutiva.
- sintoma é uma produção (comportamento ou pensamento) resultante de um conflito psíquico entre o desejo e o mecanismo de defesa. Ao mesmo tempo que sinaliza busca encobrir um conflito, substituir a satisfação de desejo.
É o ponto de partida para descobrir os processos psíquicos encobertos que determinam sua formação.
2ª teoria do aparelho psíquico.
Freud remodela a teoria do aparelho psíquico entre 1920-1923, e introduz os conceitos de id, ego e superego.
Id – constitui o reservatório da energia psíquica, é onde se “localiza” as pulsões: a de vida e a de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente, são atribuídas ao id.
Ego – é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as “ordens do superego”. É regido pelo principio da realidade, que, com o princípio do prazer, rege o funcionamento psíquico. As funções básicas do ego são: percepção, memória, sentimentos, pensamento.
Superego – origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e culturais. Associa-se ao sentimento de culpa.
Psicológico foi o espaço de vida considerado dinamicamente, onde se levam em conta não somente o indivíduo e o meio, mas também a totalidade dos fatos coexistentes e mutuamente interpretados, o campo deve ser representado tal como ele existe para o indivíduo em questão, num determinado momento, e não como ele é em si. Para a constituição desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e inconscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais com qualquer ambiente físico.
Bibliografia Básica:
BOCH, Ana Mercês e org. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo, Saraiva, 1999.
1.1 Objeto da psicologia
Por ser considerada área do conhecimento científico recentemente (final do século XIX), há muitas diversidades para definir o objeto da psicologia. Torna-se mais difícil quando se fala que o objeto é o Homem, e o próprio homem está inserido na pesquisa. Dificultando assim a neutralidade.
Dentre as possíveis ciências psicológicas como diferentes objetos de estudo (inconsciente, consciente, comportamento, etc.) parece que há uma definição do objeto; o homem em todas as suas expressões, as visíveis (nosso comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) – é o homem corpo, homem pensante, homem afeto, homem ação e tudo isso está sintetizado no termo subjetividade.
A subjetividade é o mundo das idéias, significados e emoções construídos internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais de suas vivências e de sua constituição biológica; é, também, fonte de suas manifestações afetivas e comportamentais. É a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um. É o que constitui nosso modo de ser.
A psicologia como ciência surge em 1875 quando W. Wundt (1832-1926)
criou o primeiro laboratório do experimento em psicofisiologia em Leipzig, na Alemanha.
1.2 A evolução da ciência psicológica
A história da psicologia tem por volta de 2.300 anos. Começa com os gregos no séc.III antes de Cristo.
Os avanços que os gregos produziram na arquitetura, agricultura, física, geometria, política permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito, como a filosofia e a arte.
Platão e Aristóteles dedicaram-se a compreender o espírito empreendedor do conquistador grego. Assim, a filosofia começou a especular em torno do homem e da sua interioridade. É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar uma psicologia. Termo que vem do grego psyqué = alma e logos=razão. Estudo da alma. Servia a parte imaterial do ser humano e abarcaria o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.
Com Sócrates (469-399 a.C.), a psicologia ganha consistência. Qual é o limite que separa o homem do animal? A razão.
Platão (427-347 a.C.) procurou defender um lugar para a razão no nosso próprio corpo. Que seria a cabeça, onde se encontra a alma do homem. E, a medula seria o elemento de ligação da alma com o corpo. Na morte, a matéria (corpo/desapareceria, e a alma ficaria livre para ocupar outro corpo).
Aristóteles (384-322 a.C.) - para ele, a alma e o corpo não podem ser dissociados. A psyque seria o principio ativo da vida. Tudo o que cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua psyque ou alma. Vegetais-função de alimentação e reprodução. Animais – função de percepção e movimento, além da alma vegetativa. Homem – além dos dois anteriores, tem a alma racional com a função pensante.
Ele chegou a estudar as diferenças entre razão, a percepção e as sensações. (Da anima).
Surgiram então duas teorias a platônica – imortalidade da alma e a separação com o corpo. A aristotélica - mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo
1.3 Império Romano e Idade Média
Falar de psicologia nesse período é relacioná-lo ao conhecimento religioso, devido a monopolização da Igreja Católica sobre saber, e consequentemente, o estudo do psiquismo.
Dois grandes filósofos representam este período: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274).
Santo Agostinho, inspirado em Platão, também fazia cisão entre a alma e o corpo. Sendo a alma a sede do pensamento, a Igreja passa a se preocupar com a sua compreensão.
São Tomás de Aquino buscou em Aristóteles a distinção entre essência e existência. O homem na sua essência, busca a perfeição através da sua existência. Somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência um termo de qualidade. Assim, a busca de perfeição pelo homem seria a busca de Deus.
1.4 Renascimento
Mudanças em todos os setores da produção humana. Novas descobertas valorização do homem. Dante, Leonardo da Vinci. Boticelli, Michelangelo, Maquiavel.
Avanço na ciência 1543 – Copérnico – Heliocentrismo. 1610, Galileu. Queda dos corpos – primeiras experiências da física moderna. Base para o conhecimento científico.
René Descartes (1596-1659) postula a separação entre mente (alma, espírito) e corpo. O homem possuía uma substância material e uma pensante, e, o corpo desprovido do espírito é apenas uma máquina. Este dualismo torna possível o estudo do corpo humano morto. Avançamos assim na anatomia e fisiologia que irá contribuir para o progresso da psicologia.
1.5 A origem da psicologia cientifica
Na sociedade feudal a relação do senhor e do servo era típica de uma economia fechada. Hierarquia rígida, não havia mobilidade social. A razão estava submetida à fé como garantia de centralização do poder.
O capitalismo pôs esse mundo em movimento. Abastecendo mercados e produzindo cada vez mais. Criou necessidades, controlou o trabalho de muitos que se tornaram consumidores, questionou as hierarquias para derrubar a nobreza e o clero de seus lugares.
-Antropocentrismo
-Conhecimento independente da fé. Dogmas da igreja foram questionados. O mundo se moveu. A racionalidade do homem apareceu como a grande possibilidade de construção de conhecimento.
A burguesia que disputava o poder defendia a emancipação do homem para emancipar-se também.
Era preciso quebrar a idéia de universo estável para poder transformá-lo. Séc. XIX – surge Hegel que demonstra a importância da história para a compreensão do homem e Darwin que enterra o antropocentrismo com sua tese evolucionista. Comte que apontava a necessidade de maior rigor cientifico na construção dos conhecimentos nas ciências humanas, propunha o método da ciência natural, a física como modelo de construção do conhecimento.
Meados do séc.XIX os problemas ligados à psicologia passam a ser investigados pela filosofia e neurofisiologia. Esses estudos ajudaram nas teorias sobre sistema nervoso central, demonstrando que o pensamento, a percepção e os sentimentos humanos eram produtos desse sistema. Psicofísica – ex: fisiologia do olho e percepção das cores. Wundt – paralelismo psicofísico (fenômenos mentais correspondem fenômenos orgânicos). Ex: picada de agulha e estimulação física. Correspondência na mente. Para explorar a mente ou consciência do indivíduo, wundt cria o método instrospeccionismo. O experimento pergunta ao sujeito os caminhos percorridos no seu interior por uma estimulação sensorial.
O berço da psicologia moderna foi a Alemanha do final do séc.XIX. Wundt, Weber e Fechnner.
Deu status de ciência e levado à medida que passam: A definir seu objetivo de estudo ( o corpo, a vida psíquica, a consciência). Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de conhecimento, como a fisiologia e a filosofia. Formular métodos de estudo desse objeto. Formular teorias enquanto um corpo consiste de conhecimentos na área. Devem seguir os critérios básicos da metodologia cientifica.
Apesar de a psicologia científica ter nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas psicológicas, as quais deram origem a inúmeras teorias que existem. Funcionalismo de Willian James (1842-1910) – estruturalismo de Eduard Titchner (1867-1927) e associacionismo de Eduard C. Thorndike (1874-1949).
2.Escolas Psicológicas
2.1 O Behaviorismo
Inaugurado pelo americano John B. Watson num artigo publicado em 1913 com o seguinte titulo:” psicologia, como os behavioristas a vêem”. O termo inglês behavior significa “comportamento”, também conhecido com comportamentalismo, teoria comportamental, análise experimental do comportamento, análise do comportamento.
Watson, postulando o comportamento como objeto da psicologia, dava a esta ciência a consistência que os psicólogos da época vinham buscando a um objetivo observável, mensurável, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos. Fatos importantes para que a psicologia fosse considerada ciência. Watson buscava a construção de uma psicologia sem alma e sem mente, livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos, e que tivesse a capacidade de prever e controlar.
O behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações).
Sucessor de Watson é B.F.Sknner (1904-1990). Behaviorismo radical. A base está na formulação do comportamento operante. Mas para chegar aqui, é preciso entender as noções do comportamento reflexo ou respondente, este comportamento seria o que chamamos de “não voluntário e inclui as respostas que são produzidas por estímulos antecendentes do ambiente. Ex: contração das pupilas, diante de uma luz forte, lágrimas de cebola, etc. esses comportamentos são incondicionados e independem de aprendizagem. Mas, há também comportamentos reflexos que podem ser condicionados. Ex: introdução de um outro elemento estimulante. Treino mão na água fira e com o som.
Skinner cita que o comportamento operante inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, tem efeito sobre ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta, quer indiretamente.
O que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela resultante – a satisfação de alguma necessidade, ou seja, a aprendizagem está numa relação entre uma ação e seu efeito. Este estímulo reforçador é chamado de reforço. Agimos ou operamos sobre o mundo em função das conseqüências criadas pela nossa ação. Ex: tocar o instrumento para ouvir o som, abrir uma janela para entrar a luz, mexer com uma garota para receber seu olhar, etc.
Chamamos de reforço a toda a conseqüência que, segundo uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência dessa resposta. Este pode ser positivo ou negativo. O reforço positivo é todo evento que aumento a probabilidade futura da resposta que produz. O reforço negativo é todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua.
O positivo oferece alguma coisa ao organismo e o negativo permite a retirada de algo indesejável.
2.2 A Gestalt
A psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da psicologia.
Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria forma ou configuração.
Max Koffka (1886-1894), baseado nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, foram os mais importantes teóricos da Gestalt.
Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estimulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente de que ele tem na realidade. Ex: cinema.
A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria. O que o individuo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
A Gestalt critica a abordagem cognitiva por considerar que o comportamento, quando estudado de maneira isolada de um contexto mais amplo, pode perder seu significado. Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estimulo. Para justificar essa postura, eles se baseavam na teoria do isomorfismo, que supunha uma unidade do universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo.
A boa forma.
A Gestalt encontra nesses fenômenos da percepção as condições para a compreensão do comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo irá desencadear nosso comportamento.
A tendência da nossa percepção em buscar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo. Quanto mais clara estiver a forma (boa-forma), mais clara será a separação entre a figura e o fundo. Ex: figura do vaso ou dois perfis.
A tendência de juntar os elementos por proximidade, semelhança e fechamento chama-se força do campo de força que nos leva a procurar a boa-forma à força de atração e repulsão.
Insight
A psicologia da Gestalt diferentemente do associacionismo, vê a aprendizagem como a relação entre o todo e a parte, onde o todo tem papel fundamental na compreensão do objeto percebido,
O termo insight designa uma compreensão imediata, enquanto uma espécie de “entendimento interno”. Ex: às vezes olhamos para uma figura que não tem sentindo para não e, de repente, sem que tenhamos feito nenhum esforço especial para isso, a relação figura-fundo elucida-se.
2.3 A psicanálise
Sigmund Freud (1856-1939) foi um médico vienense que alterou radicalmente, o modo de pensar a vida psíquica. Sua contribuição é comparável à de Karl Marx na compreensão dos processos históricos e sociais. Freud ousou colocar os “processos misteriosos do psiquismo suas “religiões obscuras”, isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como problemas científicos”. Surge a psicanálise.
O termo psicanálise enquanto teoria caracteriza-se por um conjunto de conhecimentos sistemáticos sobre o funcionamento da vida psíquica. Enquanto método de investigação oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos.
Atualmente, a psicanálise é usada como base para psicoterapia, aconselhamento, orientação, é aplicada no trabalho com grupos, instituições, além de facilitar a análise e compreensão de fenômenos sociais relevantes. As novas formas de sofrimento psíquico, o excesso de individualismo no mundo contemporâneo, a exacerbação da violência etc.
Freud denominou de resistência a uma força psíquica que se opunha a tornar consciente, a revelar um pensamento. É repressão, o processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma idéia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Estes conteúdos localizam-se no inconsciente.
1ª teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico.
Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas inconscientes, pré-conscientes e conscientes.
O inconsciente exprime o “conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência”. É constituído por conteúdos reprimidos, que não tem acesso aos sistemas pré-conscientes/consciente, pela ação de censuras internas, não existe noção de passado e presente.
O pré-consciente refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não esta na consciência, neste momento, e no momento seguinte pode estar.
O consciente é o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Destaca-se aqui, o fenômeno da percepção, principalmente a percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio.
Teoria da sexualidade infantil
Freud descobriu que a maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida dos indivíduos, isto é, que na vida infantil estavam as experiências de caráter traumático, e que as ocorrências deste período da vida deixaram marcas profundas na estruturação da pessoa.
Aspectos importantes: a função sexual existe desde o principio da vida, logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade como afirmavam as idéias dominantes.
O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à sexualidade adulta. Reprodução e prazer em ambos os sexos.
A libido, nas palavras de Freud, é “a energia dos instintos sexuais e só deles”.
No processo do desenvolvimento psicossexual, o indivíduo tem a função sexual ligada à sobrevivência, e, portanto, o prazer é encontrado no próprio corpo.
Freud postula as fases do desenvolvimento sexual em:
Fase oral (boca), fase anal (ânus), fase fálica (órgão sexual) seguida do período de latência finalizando a fase genital (objeto de erotização não no próprio corpo, mas no objeto externo).
Conceitos da psicanálise:
-realidade psíquica à é o que importa para o terapeuta, mesmo que não corresponda realidade objetiva.
-o funcionamento psíquico é concebido sob o ponto de vista econômico (quantidade de energia que alimenta os processos psíquicos), o tópico (nº de sistemas – lugar psíquico) e o dinâmico (forças que entram em conflito e estão permanentemente ativas – pulsão)
Compreender o funcionamento psíquico é considerar os três pontos de vista simultaneamente.
- a pulsão refere-se a um estado de tensão que busca, através de um objeto, a supressão deste estado. EROS-> pulsão de vida que abrange as pulsões sexuais e as de auto conservação. Tonatos à pulsão de morte, pode ser autodestrutiva ou estar dirigida para fora e se manifestar como pulsão agressiva ou destrutiva.
- sintoma é uma produção (comportamento ou pensamento) resultante de um conflito psíquico entre o desejo e o mecanismo de defesa. Ao mesmo tempo que sinaliza busca encobrir um conflito, substituir a satisfação de desejo.
É o ponto de partida para descobrir os processos psíquicos encobertos que determinam sua formação.
2ª teoria do aparelho psíquico.
Freud remodela a teoria do aparelho psíquico entre 1920-1923, e introduz os conceitos de id, ego e superego.
Id – constitui o reservatório da energia psíquica, é onde se “localiza” as pulsões: a de vida e a de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente, são atribuídas ao id.
Ego – é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as “ordens do superego”. É regido pelo principio da realidade, que, com o princípio do prazer, rege o funcionamento psíquico. As funções básicas do ego são: percepção, memória, sentimentos, pensamento.
Superego – origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e culturais. Associa-se ao sentimento de culpa.
Psicológico foi o espaço de vida considerado dinamicamente, onde se levam em conta não somente o indivíduo e o meio, mas também a totalidade dos fatos coexistentes e mutuamente interpretados, o campo deve ser representado tal como ele existe para o indivíduo em questão, num determinado momento, e não como ele é em si. Para a constituição desse campo, as amizades, os objetivos conscientes e inconscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais com qualquer ambiente físico.
Bibliografia Básica:
BOCH, Ana Mercês e org. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo, Saraiva, 1999.
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