PD01 LPORT Módulo II
Curso: Pedagogia 1ºSemestre
Prof.ª Fernanda
MÓDULO II
Frase, Oração, Período e Parágrafo
Fonologia
Frase → é um enunciado de sentido completo, a unidade mínima da comunicação, representação de um objeto ou de uma idéia ou de um conceito cuja expressão verbal pode ser menos elaborada ou mais elaborada.
-->A frase menos elaborada ou de estrutura mais simples pode ser chamada de frase não oracional ou nominal; constituem uma forma de comunicação de dimensão menor, porque não estão concentradas num verbo. Exemplos:
Fogo! Atenção! Silêncio!
“Teus olhos? Histórias distantes.” (C. Felipe Moisés)
“No alto um moinho e pinheiros; no outro lado, a praia.” (F. Namora)
-->A frase mais elaborada ou de estrutura mais complexa é a frase oracional ou verbal; é centrada num verbo, constitui forma de comunicação de dimensão maior. Exemplo:
“A vida, meu amor, quero vivê-la!” (Florbela Espanca)
“Dona Eucalista Pestana resolveu ficar viúva por conta própria.” (J.C, Carvalho)
Esquematizando: há dois tipos de frase:
- Frase não oracional ou nominal: não dispõe e verbo; caracteriza-se pela falta de verbo.
- Frase oracional ou verbal: Dispõe de verbo; caracteriza-se pela presença de verbo, embora este possa estar oculto, pois ausência de verbo não implica, necessariamente, falta de verbo. Exemplo:
- O dia decorreu sem sobressalto.
- Na cabeça, aquela bonita cora. (havia, tinha, estava), verbo oculto.
Oração → é a frase provida de um ou mais verbos. Exemplos:
“O despertador é um objeto abjeto.” (M. Quintana)
“Fechei os olhos, /meu coração doía. (Laudino Vieira)
Período → é a oração ou grupo de orações de sentido completo terminado por um ponto final ou outro sinal equivalente (ponto de interrogação, ponto de exclamação, reticências, dois pontos). O essencial é a plenitude de sentido da oração ou orações; a pontuação decorre da entonação. Deduz-se, assim, que o período será simples quando constituído de uma só oração; será composto quando constituído de duas ou mais orações. Exemplo:
“Nos pessegueiros já há frutos maduros.” (Érico veríssimo)
uma oração → período simples m(oração absoluta)
“Alta noite foi-se com seu bando.” (José Lins do Rego)
uma oração → período simples (oração absoluta)
“Não bulia uma folha,/não cintilava um luzeiro.” (A. Ribeiro)
grupo de orações → período composto
“O senhor tirou o cigarro,/ bateu-o na tampa da cigarreira,/ levou-o ao canto dos lábios,/ premiu a mola do isqueiro. (J. Montello)
grupo de orações → período composto
Esquematizando:
sem verbo = nominal
simples → oração absoluta
Composto → subordinação
→ subordinação e coordenação
Aplicando ao texto: Conceitos básicos como frase, oração e período podem ser bastante úteis para a interpretação e produção de textos. Como um texto é um conjunto articulado de frases, isso significa que entre essas frases há mais do que uma simples seqüência – há um constante jogo de referências mútuas. É importante perceber que o sucesso da construção de um texto depende também da qualidade individual de cada uma das frases que, organizadas, constroem o texto. Sabendo que a frase é uma unidade de sentido que se pode organizar em orações, você pode controlar criticamente seu trabalho de leitor e redator. Se estiver encontrando dificuldades ao ler um texto, tente observar a construção de suas frases: cada uma delas é uma unidade de sentido? A organização da frase em períodos foi feita satisfatoriamente, ou seja, há verbos a partir dos quais se ordenam os demais elementos? Essas mesmas perguntas devem ser constantemente feitas quando é você quem redige. “A frase deve ser curta. Não telegráfica, mas permitindo ao leitor assimilar uma idéia ou um fato de cada vez. (...) Construir uma frase é trabalho de pedreiro: cada tijolo apóia o que lhe é posto em cima e nenhum deve atrapalhar a harmonia do conjunto. Quando se trabalha direito, faz-se um muro; quando não há noção de equilíbrio e continuidade, fica-se com uma pilha de tijolos.” Manual de redação e estilo de O Globo |
O Parágrafo → é a unidade de composição do texto que apresenta uma idéia básica à qual se agregam idéias secundárias relacionadas pelo sentido.
Conceituando-se o parágrafo como unidade de idéias, verifica-se que o parágrafo de descrição deve corresponder a cada aspecto do objetivo descrito; o parágrafo de narração reflete cada fato de seqüência narrada; o de dissertação corresponde a cada argumento ou raciocínio.
De maneira geral, nos textos bem escritos, a cada parágrafo relaciona-se uma idéia importante.
É variável a extensão do parágrafo: pode conter apenas uma frase ou alongar-se por uma página inteira. A tendência moderna á a intercalação de parágrafos curtos aos de média extensão. Não se usam, atualmente, parágrafos demasiadamente longos.
Qualidades do parágrafo → Como o tema de um texto deve ser o mesmo; portanto, quando se inicia um novo parágrafo, não se muda de assunto. A abordagem, os argumentos é que se vão modificando em função de explicar, esclarecer, transmitir idéias que tornem o texto mais claro. Entre as qualidades do parágrafo destacam-se: unidade; coerência; concisão; clareza.
A transição de um parágrafo para o outro não há de ser brusca, abrupta; impõe-se um encadeamento lógico e natural entre os parágrafos.
Ás vezes, torna-se indispensável acrescentar ao texto um parágrafo de transição para que a sucessão de idéias se faça de maneira harmoniosa.
Aconselha-se, porém, que o texto não apresente parágrafos repetitivos, isto é, dois ou três parágrafos redigidos de forma diversa, mas contendo a mesma idéia. A repetição torna o texto redundante e cansativo.
Exemplo de encadeamento:
“TEMPO INCERTO
Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de nada: para se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvidas. Não se acredita mais nem na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bondade, para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.
Chegamos a um ponto em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram de grandiosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva-os até a descrer dos exemplos do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiros dos testamentos a opinião dos escribas?
Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo, ou desconfiaremos do nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!” (Cecília Meireles, 1968, p. 52)
Há neste fragmento de Cecília Meireles, encadeamento lógico entre os parágrafos, sem haver repetição.
Estrutura do Parágrafo → o parágrafo pode ser considerado um microtexto e, como tal, não prescinde da delimitação do assunto e fixação do objetivo. Método simples e prático de apresentar esses dois requisitos indispensáveis é responder às perguntas: O quê? (delimitação); Para quê? (fixação do objetivo).
Como no texto, o parágrafo deve conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
Exemplo:
“FRANGOS
“Hoje não se diz mais ‘cercou um frango’, diz-se ‘engoliu um frango’. / Há quem confunda uma coisa com outra e, confundindo-as, chegue a achar que noutros tempos o torcedor tinha mais graça. A expressão ‘cercou um frango’ era realmente perfeita. Quando alguém na arquibancada, pela primeira vez, gritou ‘cercou um frango’, todo mundo viu um frango, o gesto familiar de cercar um frango, o quíper de braços abertos, acocorado, cerca a bola daqui, cerca a bola dali, a bola aos saltos, fugindo, como um frango. Não se sente o mesmo no ‘engoliu um frango’, embora o torcedor vá ao ponto de, ás vezes, medir ou pesar o frango. Este não foi não foi frango, foi uma galinha, e das gordas. Ou este foi um peru, e argentino./ A verdade é que antes, muito antes mesmo de se dizer ‘cercou um frango’, o torcedor, em relação ao gol, já pensava no verbo engolir ou comer, mais em comer do que engolir. A prova está no apelido de ‘Guloso’ que se deu a um quíper da Mangueira.” (Mário Filho, 1994, p.150)
Introdução/Desenvolvimento/Conclusão
O assunto é anunciado na introdução; no desenvolvimento justifica-se a afirmação inicial; a conclusão está intimamente relacionada com as partes anteriores (introdução e desenvolvimento).
Fonologia
A fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz) e log, logia (“estudo, conhecimento”). Dignifica literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Essa parte da Gramática estuda os fonemas (fono + -ema, “unidade distinta”), unidades sonoras distintivas básicas. Exemplo:
Plana plena
A letra a e a letra e representam segmentos sonoros distintos e capazes de estabelecer diferenças de significado. Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que como falantes da língua portuguesa, guardamos de cada um deles. É essa imagem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas formam o significante dos signos lingüísticos, que são imagens acústicas que os falantes têm das palavras da língua.
Fonemas e letras:
Os fonemas são padrões que se referem aos sons da linguagem, são faláveis e audíveis. As letras são sinais gráficos – portanto, decodificáveis pela visão – que, no nosso sistema de escrita, procuram representar os fonemas. Essa representação, no entanto, não é perfeita:
- há letras que podem representar fonemas diferentes, como o c, em casa e cela;
- há fonemas que são representados por letras diferentes, como o que as letras g e j representam em girafa e janela;
- há casos em que um único fonema é representado por mais de uma letra, como em queda;
- há casos em que uma só letra representa dois fonemas, como o x de táxis (ks);
- há até mesmo um caso de letra que não corresponde a nenhum fonema, como o h de hora.
Os fonemas, por convenção, são representados por símbolos colocados entre barras inclinadas: /a/, /p/, /t/, por exemplo.
Classificação dos fonemas da língua portuguesa
Os fonemas da língua portuguesa são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Esses três tipos de fonemas são produzidos por uma corrente de ar que pode fazer vibrar ou não as pregas vocais (que já foram chamadas de cordas vocais). Quando ocorre a vibração dessas pregas, o fonema é chamado sonoro; quando elas não vibram, o fonema é surdo. Além disso, a corrente de ar pode ser liberada apenas pela boca ou parcialmente também pelo nariz. No primeiro caso, o fonema é oral; no segundo, é nasal.
Vogais e semivogais
As vogais são fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal.
Em português, há duas semivogais, representadas pelos símbolos /j/e/w/ e produzidas de forma semelhante às vogais /i/ e /u/. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que estas últimas não desempenham o papel de núcleo silábico. Em outras palavras: as semivogais necessariamente acompanham alguma vogal, com a qual formam uma sílaba. Exemplo:
país – pais baú – mau
Em país e baú, as letras i e u representam, respectivamente, as vogais /i/ e /u/. já em país e mau, essas letras representam as semivogais /j/ e/w/. Note também que país e baú têm duas sílabas, quanto pais e mau têm uma única sílaba.
Em algumas palavras, encontramos a letras e e o representando as semivogais:
Mãe/maj/ pão/pãw/
Consoantes
Para produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam com”) as vogais.
Sílabas
As sílabas são conjuntos de um ou mais fonemas pronunciados numa única emissão de voz. O núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra. Cuidado com as letras i e u (mais raramente com as letras e e o).
De acordo com o número de sílabas que os formam , os vocábulos podem ser:
- monossílabos – formados por uma única sílaba:
ás cá é flor há mar quem quão
- dissílabos – formado por duas sílabas:
a-í a-li cle-ro de-ver i-ra sol-da trans-por
- trissílabos – formados por três sílabas:
ca-ma-da O-da-ir pers-pi-caz tunsgs-tê-nio
- polissílabos – formados por quatro ou mais sílabas:
a-ris-to-cra-ci-a bra-si-lei-ro o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta
Encontros vocálicos
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos
Hiato
Em termos rigorosos, o hiato é o único encontro realmente vocálico, pois de corre do contato entre duas vogais no interior de um vocábulo, como em saída (sa-í-da).
Ditongo
Ditongo é o encontro de uma vogal com uma semivogal ou de uma semivogal com uma vogal. O encontro vogal + semivogal é chamado de ditongo decrescente, como em moi-ta, cai, mói. O encontro semivogal + vogal forma o ditongo crescente, como em qual, pá-tria, sé-rio. Os ditongos podem ser classificados em orais e nasais, como mãe e pão.
Tritongo
Tritongo é a seqüência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem: Pa-ra-guai, quão. Os tritongos podem ser orais (em Paraguai) ou nasais (quão).
Encontros consonantais
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Há basicamente dois tipos de encontros consonantais:
- os que resultam do contato consoante + l ou r e ocorrem numa mesma sílaba, como em:
atleta blusa broche clave crise flanco franco
- os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferents:
ab-dicar ad-vogado ad-mitir al-gema cor-te sub-solo
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis:
gnomo pneumonia psicose
Dígrafos
A palavra dígrafo é formada pelos elementos gregos di, que significa “dois” e grafo, forma relacionada com a idéia de “escrever”. O dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema. Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos. Podemos agrupá-los em dois tipos: os dígrafos consonantais e os dígrafos vocálicos.
Dígrafos consonantais
ch-lh-nh-rr-ss-sc-sç-xc-xs-gu-qu
Dígrafos vocálicos
am e na em e en im e in om-on um e un
Divisão silábica
- ditongos e tritongos pertencem a uma única sílaba;
au-tô-no-mo di-nhei-ro i-guais ou-to-no U-ru-guai
- Os hiatos são separados em duas sílabas:
a-mên-do-a ca-a-tin-ga du-e-to
- os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu pertencem a uma única sílaba:
a-que-la chu-va es-ta-nho guel-ra mo-lha
- as letras que formam os dígrafos rr, ss, sc, sc,xs e xc devem ser separadas:
os encontros consonantais das sílabas internas devem ser separados, excetuando-se aqueles em que a segunda consoante é l ou r:
ad-mi-tir ap-to as-tu-to cír-cu-lo con-vic-ção
- os grupos consonantais que iniciam palavras não são separáveis:
gnós-ti-co mne-mô-ni-co pneu-má-ti-co
Ortoepia ou ortoépia
Formado por elementos gregos (orto = “correto”; epos = “palavra”), ortoepia ou ortoépia é o nome que designa a parte da Fonologia que cuida da “correta produção oral das palavras”. “Correta” significa, no caso a forma usada no padrão culto da língua portuguesa do Brasil.
Leia as palavras em voz alta e perceba a diferença entre essas formas e as que costuma usar e ouvir nas situações de uso da língua.
adivinhar aterrissagem, aterrissar babadouro bebedouro bandeja barganha beneficência, beneficente cabeçalho cabeleireiro caranguejo cataclismo | digladiar disenteria empecilho estourar(estouro,estouras,etc.) fratricídio frustração, frustrar lagarto, lagartixa manteigueira mendigar, mendigo meritíssimo meteorologia | mortadela prazeroso, prazerosamente privilégio propriedade, próprio prostração, prostrar reivindicar roubar)roubo, roubas etc.) salsicha tireóide umbigo |
Comentários
Postar um comentário